Bem-aventurado Pier Jorge Frassati
Extraído
do livro: retratos de Santos de Antonio Sicari ed. Jaca Book
Tem
precisado um sínodo dos Bispos e depois um documento do Papa (Christifidelis laici)
para procurar definir a identidade do leigo cristão, e ainda assim esta
identidade ainda não è clara na inteligencia e na consciência de muitos.
Procurarei esplicar o problema com
semplicidade, usando uma formulação breve: este século a iniciar dos primeiros vinte anos, tem
evidenciado tristemente que a decristianização da qual todos falam, não se
refere à deterioração da vida moral, mas sim da Fé (eis porque o Papa fala tão
a miúdo da necessidade de uma nova “evangelização): o fato è que o povo cristão
não mais se acha responsável da verdade de Cristo e da verdade que é o Cristo.
Conseqüentemente,
por não ter cuidado disto, por ter transcurado que a fé recebida em dom,
tornasse cultura (ou seja, que esta fé imbuísse a alma da sociedade), cada
outro esforço de saneamento ético e de empenho de caridade, não conseguiu
impedir a decristianização do nosso povo.
A tragedia estava nisto: aquilo que esplodia como
caridade e apostolado (è bastante pensar ao imenso trabalho do volontariado
leigo, ao empenho socio-politico dos cristãos e ao empenho das congregações
religiosas) era varrido por uma progressiva perda de Fé de todo povo cristão
(devastando até, o mundo “religioso” e aquele “teologico”)
São contradições históricas sobre as quais a gente
recusa se interrogar por um sentimento de culpa. A coisa mais penosa è aquela
da procura de remover este sentimento de derrota chamando de “purificação”
necessária o fato que os cristãos tem precisado aprender a distinguir entre
Igreja e mundo, natureza e graça, fé e razão, vocação leiga e vocação clerical,
cristianismo e politica,ecc…
Estas ideias tem provocado tentativas paradossais:
hoje em dia hà quem procura entre os santos, “alguns modelos de laicidade
cristã” mas quando pensa de te-los encontrados e obrigado a manipula-los para
fazer coíncidir a vida e a experiência destes novos santos com as próprias
distinções.
O mais engraçado è o fato que estas distinções tão na moda hoje em dia, estes “santos” as
descuidam alegremente. A vida deles è uma contínua contestação de quem acredita
que “laicidade cristã queira dizer realizar sábios equilíbrios entre
apartenência ao mundo e apartenência à Igreja.
È aquilo que aconteceu com São José Moscati, e Pier Jorge Frassati, beatificado o 20 de maio 1990.
Uma recente biografía
se conclue com estas palavras: “ Pier Jorge simplesmente tem-se
comportado de leigo na igreja e como
cristão no mundo. O jovem Pier Jorge tería ficado bastante maravilhado desta definição.
O certo è que o jovem Frassati tem
compreendido sua “laicidade cristã” de
um jeito totalmente às antípodas daquilo
que hoje entenderíam alguns que
se apresentam como herdeiros da “sua memória”
Pier Jorge nasce a Turim o sabado santo (6 de abril) de 1901 de uma rica familia burguesa
de tendencias liberais: a mãe Adelaide Ametis uma pintora de notoriedade; o
pai, Alfredo Frassati, no 1895 com pouco mais de trinta e seis anos fundara o
cotidiano “La Stampa”; em 1913 è o mais jovem senador do Reino e no 1922 e
embaixador da Italia em Berlim: Em suma
os Frassati são uma das tres ou quatro
familias importantes naquela Turim que vai se transformando em metrópoli rica de industrias e sujeita a
fortes imigrações.operárias.
Mas se a situação da familia è confortável e estimulante quanto ao prestigio social, ela està em uma situação muito triste respeito os liámes afetivos. Os pais vivem um acordo dificil e muito formal, mantido somente por convenieência de decoro e por causa dos filhos: o pai è sempre ocupado “algures”, entre os grandes problemas do jornal e da vida pública, a mãe se satisfaz com as “brilhantes “ relações sociais e com um sistema educativo severo e frio. As testemunhas a defnem como “uma mulher moderna, em antícipo atè no seu tempo pela extrema liberalidade das ideias” Em todo caso esta liberalidade não se estende aos filhos: Luciana a irmã ainda vivente tem contado que a infância deles , mais realmente vivida, transcorreu como “um pesadelo naquela imensa casa senhoril que as vezes parecia mais um triste quartel”
Por anos a fio tem sido na moda apresentar este santo
jovem universitário como modelo de frescor e pureza, de alegria de viver, de
vigor físico e espiritual, de rica generosidade para com os menos favorecidos
fortemente empenhado no socio-politico.
Mas tem sido trascurados demais e calados os aspetos de paixão e crucificação
(aqule que permitem de viver Como “resurgidos”) que entecem a sua vida
cotidiana e na sua morte.
Voltemos agora aos inícios do seu itinerário espiritual.
A familia lhes transmitiu especialmente um conjunto de regras e de deveres
(isto não è um mal, mas pode ser bastante triste), um sistema que através da
mãe se ligava a uma comprensão cristã embora de maneira aproximativa, da vida,
enquanto que através do pai recebiam uma bondade natural, porém ausente de fé.
Pier Jorge absorveu a vida cristã mergulhando espontaneamente, por escolha
pessoal na água viva que a Igreja
daquele tempo lhe oferecia: daquela Igreja na qual náo faltavam limítes e
problemas, ele sentiu-se “parte”, membro ativo. Ramo unido à videira como diz o
evangelho, aonde passa boa linfa.
Ficaría-se surpreendidos em contar todas as
associações nas quais Pier Jorge se enscrevera, muitas vezes contra a vontade
dos familiares e partecipando de todas as atividades, assumindo
responsabilidades. Os nomes destas hoje podem parecerem beatices, mas nós não
devemos esquecer que elas indicavam núcleos vivos de uma Igreja em fermento:
Apostolado da oração, Lega Eucaristica, Associação dos Jovens adoradores
universitários (com o empenho da adoração noturna cada segundo sabado do més),
Congregação mariana, Ordem terceira dominicana e outras ainda. E estas são
somente algumas por meio das quais educou-se a uma vida de oração, ou seja a
possuir um coraçao cristão, uma memória, uma “mendicância” absoluta de todo seu
ser.
Poderíamos nos dedicar a descrever as devoções que
aquelas associações requeriam, mas o lado mais importante e observar que a
pessoa dele não ficava esmiuçada em mil pequenas devoçãozinhas, mas sim
estruturava-se em maneira de não deixar espaços vazios, ou fracos, ou
mesquinhos. Especialmente, cada coisa tinha um centro: a Eucaristia que recebia
diariamente.
“Você è um ‘beato?’, perguntou-lhe alguem na
universidade (era assim que se ofendia naquele tempo, seja do lado
massonico-liberal, que daquele fascista e social- comunista) Não respondeu Pier
Jorge com bondade mas com firmeza: “Não eu tenho ficado ‘cristão’! De fato toda
aquela oração gerava nele uma paixão por toda realidade e com a mesma intensidade,
vivia o dever e o prazer de pertencer a todas aquelas associações culturais,
esportivas, sociais, politicas até àquele “partido popular” que estava
nascendo como esperança para o empenho
e identidade politica também dos crentes. No 1919, sendo ainda menor Pier Jorge
enscreveu-se ao círculo universitarios “Cesare Balbo”, que encluía també a
“Conferência de S. Vincente” Eis como descreviam o ambiente alguns sócios de
então: O círculo era mofento e pouco interessante e a nossa presença era devida
ao fato de poder jogar ao biliardo.
E um outro: “tanto ao “Cesare Balbo” que no pensionato
catolico onde morávamos havia muitos rapazes bons mas ao menos uma centenas
deles outra coisa não faziam que falar de aventuras com as garotas , enquanto
que os outros , hipócritas ou ‘beatos’ pareciam fradinhos.
Eis a razão de ter-se assistido nos decênios passados
ao desmoronamento de um tal associacionismo catolico e à perda de vitalidade de
muitos oratórios paroquiais
Por isso Frassati e alguns seus amigos decidiram tomar
conta do círculo. Em um volantinho de propaganda propuseram-se como
responsáveis.
“Estudantes, quereis rejuvenescer e por sangue novono círculo? Quereis que ele
viva de vida própria, cristãmente audaz
e além de cada rancidez? Confiais as suas sortes aos colegas seguinte:
Borghesio, Oliveiro…Frassati.
A biografia da qual falamos no início, diz assim: Era
sempre na oposição, não comprendia as meias medidas, as blandices, a diplomacia
que as vesez è necessária quando se dirige um barco com uma equipagem assim
numerosaa e dificil como aquela de um círculo universitario.Ele queria sempre o
máximo, teria almejado aplicar o Evangelho ao pé da letra e as vezes era um
tantinho rûde e áspero.. Não admitia deviações, compromissos. Tudo isto era
contrário ao seu temperamento, e não era certamente um tipo maleável. Era
chamado de progressista, hoje (mistério das palavras) seria chamado de
reacionário. Vamos então avaliar este tipo de progressismo que se reconhece somente aos santos.. Temos
a disposição uns episódios.
No setembro de 1921 em Roma se celébra o Congresso
nacional da juventude de Ação Catolica italiana, no 50° da fundação. Estão
presentes mais de trinta mil jovenns. A Missa de domingo 4 setembro è prevista
ao Coliseum onde reunir-se-ão todos estes grupos chegados da Italia toda: cada
grupo com a sua bandeira. Mas a liberal-massónica
Questura, fez encontrar a formação de guardas a cavalo para impedir a
celebração e os jovens foram obrigados se dirigir a Praça São Pedro e depois tiveram
udiência do Papa nos jardins do Vaticano. Quando os Jovens, do Vaticano se
dirigiram ao altar da Patria ao canto alternado de “fratelli d’Italia” e do
“Queremos Deus”, a Questura decidiu dispersar o cortejo com a fôrça. Eis um
testemunho que se refere ao nosso “santo” jovem: “Pier Jorge
levanta bem alta a sua bandeira tricolor do “círculo
Balbo”. De repente saem do portão de Palacio Altieri, cerca de duzentas guardas
régias que là estavam, escondidas, e estavam às ordens de um funcionário dos
mais entranhados de odio para com a Igreja. Ele grita: “agridam com os
mosquetos, tirai-lhes as bandeiras”!. Parece que tenham na frente animais
ferozes envez de jovens. Batem neles com os mosquetos, aguentam, rasgam as
bandeiras, quebram até as suas astas: Nós as defendemos como pudemos com
unhadas e com os dentes. Vejo Pier Jorge acossado por duas guardas que procuram
arranca-lhes a bandeira…nos empurram no patio do Palacio que funciona de cela
de segurança…entremente na praça do Jesus o espetáculo bestial continúa…um
sacerdote è jogado brutalmente no chão, sua face está ensangrentada. Ao nosso
grito de protesto, caem ainda em cima de nós com pontapé. O padre com a batina
rasgada, levanta alto o terço e nos diz: “Rapazes vamos rezar para nós e por
aqueles que nos tem espancado” e todos nós ficamos de joelho e rezamos.
A revista Civiltà
Cattolica, naquele tempo no qual acostumava-se chamar as coisas com o
próprio nome, contando os acontecimentos os explicou assim: ”A seita assanhada
de tal inesperada manifestação de fé, quis recata-los” e ainda “o acontecido è
causado por intrigas setárias..,”e de crónicas destorcidas, feitas por o
giornal d’Italia e o Resto del Carlino
como obra de jornalistas dos mais abjetos e setários”.
O dia depois os jovens precisavam novamente ir em S.
Pedro e Pier Jorge atraversou a cidade toda levando os pedaços da asta da
bandeira e a bandeira toda rasgada e sobre ela tinha posto um poster com a
escrita: “tricolor deturpado por ordem do Governo.”
Um fato “progressista” como se pode ver. Disto se
falou na Italia toda. Conta um amigo de Pier Jorge: Fazia-se grandes
comentários sobre a sua atitude de coragem mas ele se retraía perante os
louvores que chegavam-lhe de todo canto. Aqueles louvores pareciam-lhe
esquisitos, pois achava que um jovem catolico naquelas circunstâncias devia
agir assim e de nenhum outro jeito.
No ano segunte foi promulgada uma Lei que proibia o
ensino religioso nas escolas próprio quando se lamentava uma “deploravel
disorganização”dos estudantes. A Turim Pier Jorge Frassati escreveu uma carta
aos sócios do círculo “Milites Mariæ”, ao qual ele pertencia como delegado dos
estudantes. Escreveu: “Os nossos jovens precisam de uma instrução idônea às
suas forças e de uma base sólida de apologetica para enfrentar os perigos aos
quais são espostos frequentando as escolas públicas infelismente muito
corruptas…Nós que por graça de Deus somos catolicos, não devemos estragar as
nossas vidas…devemos nos fortalecer para sermos prontos a enfrentar as lutas
que certamente deveremos combater para cumprir nosso programa. Pier Jorge pede
esplicitamente,“Oração continuada”, “Organização e disciplina”, sacrifício das
nossas pessoas: ofereceu a possibilidade de repetições após as aulas onde os
estudantes tivessem oportunidade de completar a cultura que “agora a escola
estadual tão pouco séria, não pode oferecer e no mesmo tempo irão ter instrução nas questões religiosas e
filosoficas.” Concluía: Enquanto vos agradeço por tudo o que fareis, com
certeza que na vida sereis
recompensados com abundância, saudo-vos cristãmente: “viva Jesus! O delegado
dos estudantes. Pier Jorge Frassati.
No findar daquele mesmo ano a FUCI colocou na
vitrina ao Politeécnico o aviso que se
tería uma adoração eucaristica noturna. Imaginem um aviso deste no meio dos outros
que falavam de danças, e divertimentos…assim os anticlericais muito
“democraticamente “ decidiram ir arranca-lo, logo todo mundo soube disto. Conta
um amigo:
Lembro Pier Jorge de pé em frente a vetrina com um
bastão na mão e, ao redor dele uma multidão de estudantes esbravejando,
insultos, ameaças que não o intimidaram. Não se movia de um passo, ficava
firme. Mas enfim o número venceu a vetrina foi rompida e o aviso foi queimado.
A destruição das vetrinas e o rasgar os aviso tinha se tornado um vício. Mais
de um ‘Fucino’ , ja então falava da necessidade de manter bons relacionamentos
e procurar tratar com eles, mas Frassati não admitia
meios termos: “eu os espancaría. Temos ou não o
direito de defender nossa vvetrina como
eles tem de quebra-la? Eu digo que precisam de uma lição”:
Em outra ocasião, pelas festividades da Páscoa ele
tinha mandado fixar no patio da Universidade um aviso sacro. Rasgaram-no. Pier
Jorge o escreveu a mão e o colocou outra vez, chegou a escreve-lo e a coloca-lo
64 vezes.
Desde o início de 1920 quando começaram as agitações
dos operários, ia como guarda do corpo nos suburbios de Turim para proteger um
frade dominicano que devia falar aos
jovens operários, “entre bolseviques esbravejantes” e muitas vezes para
defende-lo devia usar a força ele também. Em tempo de eleções politicas passava
noites inteiras indo pela cidade com o carro cheio de manifestos e com duas
grandes panelas cheia de cola grudando
os manifestos nos pontos mais “quentes” da cidade e as vezes sendo agredido mas
sendo organizado para responder às agressões e…se divertindo também.Quando se
desncadearam os esquadrões fascistas, a oposição de Pier Jorge serà tão
determinada que a sua casa serà feita alvo de violencias: um domingo enquanto
estava almoçando só com a mãe um esquadrão irrompe em casa, com chicotes
munidos de balas de chumbo e começa destroçar os espelhos da sala de entrada e
os móveis. Pier Jorge consegue arrancar o chicote de um deles e os põe a fugir.
A noticia do fato foi publicado até pela imprensa no exterior.
Em uma carta escrita a um amigo Pier Jorge assim
conta: “Carissimo Tonino, escrevo-te para te tranqüilizar: você acharà no
jornal a notícia do que recebemos uma “pequena devastação em nossoa casa por
parte daqueles “porcos” de fascistas. Tem sido uma empresa de velhacos, mas
nada mais…São uns sem vergonha: depois dos acontecimentos de Roma, não deveriam
nunca mais aparecer e envergonhar-se de serem fascistas.” Em outra ocasião a
quem o agredía gritou:”A vossa violência não pode superar a força da nossa fé,
pois o Cristo não morre.”
Sofria porque começava a descobrir a fraqueza daquele
“partido Popular” no qual tinha tanto esperado. Tinha-se inscrito desde sua
fundação e o fazia conhecer sem medo. Estava certo que “O partido teria sido
verdadeiramente popular quando tivesse sido apoiado pelas organizações
profissionais cristãs.”
Um amigo conta que quando Pier Jorge falava dele,
demonstrava de ama-lo porque o sentia como conseqüencia social da sua fé.”Com o
advento do Fascismo sentia-se humiliado em dever constatar a fraqueza e
transformismo de muitos inscritos ao partido popular, a diferência de
tantos ele permaneceu fiel “com as
últimas esperanças, com os últimos pensamentos, com as últimas vontades” Quando
o Diretor do Povo, José Donati, precisou partir exilado, ao confim a sauda-lo e
aperta-lhe a mão, desafiando a polícia fascista, tinha somente Pier Jorge. O
mesmo Donati mais tarde escreverà: “Nele eu vi o último amigo, da Patria que eu
estava deixando” Tres meses depois Pier Jorge morria.
Politicamente e socialmente ficava angustiado em notar
a falta de “inteligência” de fé de muitos membros das associações catolicas:
isso è: a falta de um olhar de fé aplicado à realdade com amor inteligente. Ja
em 1921, partecipando ao Congresso Nacional da FUCI a Ravenna, tinha propósto e
defendido a tese de acabar com a FUCI e faze-la confluír em uma mais ampla
“juventude catolica” que acomunasse inteletuais, trabalhadores, estudantes e
gente simples. Encontrou oposição no assistente eclesiastico da FUCI.
Frequentava os círculos operários mais engajados, como o “Savonarola” formado
de operários metal-mecánicos da FIAT que era situado bem em frente a um dos
mais encarniçados círculos comunistas.
A identidade cristã de Pier Jorge era aberta a todas
as realidades do social e da política, também além dos confins da Patria.
Indignava-se porque a França arruinava “a parte mais catolica da Alemanha”
ocupando militarmente a “RUHR” è “uma infâmia” dizia e escreveu uma carta de
protesto a um cotidiáno alemão. Da mesma maneira deu apoio com públicas
declarações a luta do povo irlandes que pedia “a independência da própria terra
e do próprio espírito”. Tinha-se apaixonado pela associação internacional Pax
Romana que unia os universitários de todas as nações: e de um congresso tido em
Turim ele quis ser o organizador. Tudo isto que dissemos não deve fazer
esquecer que se està falando de um estudante universitário precisando dar
exames contínuos e difíceis que ele se empenha a superar com resultados mais ou
menos satisfatórios, mas feitos com bastante fadiga..Para conseguir passar
devia aplicar-se longamente e não era
dotado em maneira ecepcional.
Ainda assim, também os seus estudos vinham iluminados
de fé e caridade; devido à sua condição social tinha inúmeras notáveis
possibilidades mas ele escolheu de se enscrever na faculdade de engenharia
minerária, porque quando de uma sua estadia na Alemanha tinha visto as graves
condições de trabalho dos mineiros: “nas minas eu quero ajudar o povo e isto o
posso fazer melhor do que essendo sacerdote pois os sacerdotes não estão muito
perto dos problemas do povo.” Assim esplicava o porque da sua escolha a Luise
Rahner, mãe do celebre teólogo, onde ele foi hóspede por algum tempo. Dizia de
querer ser “mineiro entre os mineiros.”
Agora falta ainda um lado da sua vida que devemos
descrever, aquele mais conhecido e que agora depois de tudo aquilo que
dissemos, acha uma justa colocação. Trata-se do “volontariato de caridade” ao
qual Pier Jorge dedicou-se constantemente mergulhando na viva tradição dos
santos da sua terra
(São João Bosco, o Cottolengo, Faá di Bruno,
Murialdo,Orione). Eis um esboço traçado Por Lazzati, na comemoraçáo do 50°
aniversário do nascimento de Pier Jorge: atônitos os parentes verão este jovem ao
qual parecia nada faltar para ser campeão de mundanidade (…) arrastar pelas
ruas de Turim, carrinhos cheios de trastes dos pobres indo com eles em busca de
um lugar para eles morarem, e passar todo suado carregado de pacotes mui
grandes e muitas vezes mal confecionados, entrar nas moradías mais esqüalidas
onde muitas vezes miséria e vício iam de mão dada. Passava sob o olhares
hipocritamente escandalizados de um mundo que nada faz para ajuda-los a sair
daquela situação. Mas com surprendente humildade, ele, o filho do
ambasciador de Italia a Berlim, ele o
filho do senador, ele se faz esmoleiro para os seus pobres, e por eles fica
sempre sem um tostão assim de precisar
ir a pè e chegar atrazado em casa.
A irmã Luciana revelou que a situação era mais humiliante de quanto se pode imaginar: Em
casa Pier Jorge era tido como um tolo e o deixavam com pouco dinheiro e então
para poder ajudar os outros devia dar não o superflo mas sim o necessário.
O que ele tenha feito para as numerosas familias
pobres se veio a conhecer, pelas milhares de obras de caridade cumpridas e
testemunhadas por mil pessoas agradecidas.
Por outro lado a caridade dele não era obtusa:
dizia,”doar è muito bom mas è ainda melhor ajudar os pobres a encontrar um
trabalho”. Sabía muito bem que a caridade antes de tudo è uma questão de justiça social.
“Discutía-se – conta um amigo – de algun problemas sobre a distribuição das
terras. Ele afirmava que a terra
devería ser dada a quem a trabalhava. Impulsivamente eu disse: “Mas você
ques és dono de terras o que farías”? Olhou-me e disse somente estas poucas
palavras: “Não são minhas…eu as daría logo!”.
Não somente se gastava para ajudar, mas procurava
convencer os outros a fazer o mesmo. Diz um amigo: Um dia procurava
convencer-me entrar “ S. Vincente”. À minha dificuldade porque não tinha
coragem de entrar nas casas sujas e fedorentas dos pobres onde podía pegar
algumas doenças, ele com muita simplicidade respondeu-me que visitar os pobres
era visitar Jesus.
Dizía “Ao redor do enfermo, do infeliz eu vejo uma luz
que nós não temos”…Que indo nas casas dos pobres houvesse perigo de pegar
graves doenças não era uma fantasía. De
fato Pier Jorge adoeceu na maneira mais temivel: apesar de ter um físico
temprado pelo esporte, durante uma das suas “vísitas” pegou a poliomelite fulminante, que o levou
à morte em uma semana. Foi uma semana de paixão.
Antes de falarmos disto, demos ainda uma olhada a esta
imagem que nos tem sido doada deste “jovem universitário burgues”, aberto,
saudável, jovial, apaixonado das escaladas em montanha e de esquiar, barulhento
nas festa, animador de uma alegria sadía.
Tudo isto não era fachada. Esta era a sua natureza
entretanto esta mesma natureza, sem disociações, sem altos e baixos, era também
profundamente séria, fortalecida pelo sofrimento próprio e daquele dos outros.
Entre os seu sofrimentos mais dilacerantes, devemos lembrar o seu amor profundo
por uma moça de condição humilde, amor ao qual ele se sentiu moralmente
induzido a renunciar quando percebeu que a sua escolha por causa dos
preconceitos da familia a moça teria sido recusada e ainda mais, comprendeu que
uma sua insistência teria provocado a separação dos seus pais. Deus sugeriu-lhe
no profundo do coração (devemos ler este fato no conjunto da sua breve vida; Pier Jorge encontrava-se
a um passo da morte) de não ir em busca de uma sua felicidade ao preço da
“salvação dos seus pais: “não posso destruir uma familia – dizia – para formar
uma outra. Sarei eu a me sacrificar”
O dia 30 de junho de 1925 voltando do rotineiro giro de caridade, Pier Jorge
começou sentir enxaqueca e inapetência. Ninguém deu bola pra’ ele: naqueles
dias estava definhando sua velha avó (là pelos noventa anos), e aquele rapagão
alto e vigoroso, a quem pouco se reparava pois era bom demais, com as suas
febrezinhas fora de lugar estava chateando. Pier Jorge começava morrer,
sentindo o seu jovem corpo destruir-se
com a paralisia que estava avançando progressiva e implacavelmente, sem
que ninguém lhe desse atenção. A avó
morente continuava polarizando sobre si toda atenção da familia, o cansaço
físico e psicológico de todos os familiares.
A Pier Jorge se fazia “gentilmente “ comprender de não
amolar com as suas ninharias quando em casa havia ja bastante coisas
sérias e ele teria feito coisa boa de
por-se a estudar para terminar aqueles exames que ele estava arrastando desde muito tempo. Assim ele, humilde e manso, enfrentou sozinho o sintoma do
terrivel morbo da qual gravidade ele não se apercebía, e a angústia daquilo que
lhe acontecía, sem poder ao menos falar com alguem, sendo que cada tentativa
vinha cortada ao começar com inconsciente crueldade.
Quando os pais apavorados afinal comprenderam o que
lhe estava acontecendo era ja tarde demais. O vacino feito chegar mais que
depressa do Instituto Pasteur de Paris ja não poderia lhe ter jovado.
O último dia de sua vida Pier Jorge pediu à irmã
Luciana de ir buscar na escrivaninha do seu estúdio, uma caixinha de injeções
que não tinha conseguido entregar a um
dos seus pobres e quis escrever um bilhete com as instruções e o endereço. È um
bilhete que exprime visivilmente a tragêdia: Quis escreve-lo com as suas mãos ja atormentadas pela
paralisía e saiu um emaranhado de rigas e letras quase incomprensivel. É o seu
testamento: as últimas energias para última caridade.
Os funerais foram um acorrer de amigos e
principalmente de pobres; os primeiros a ficar assombrados vendo-o tão querido
e tão conhecido, foram os seus familiares que pela primeira vez comprendiam
onde Pier Jorge tivesse morado verdadeiramentenos seus poucos anos de vida,
apesar de tertido uma casa confortável e rica na qual chegava sempre atrasado.
A comemoração post mortem mais insueta e
insospetável è aquela que lhe dedicou o
celebre socialista Filipe Turati. Escreveu no seu jornal: “Era verdadeiramente
um homem, aquele Pier Jorge Frassati que a morte agarrou a 24 anos…Aquilo que
se lé sobre ele e assim novo, fora do “normal” que enche de maravilha reverente
mesmo quem não compartilha a sua fé.
Jovem rico, tinha escolhido para si o trabalho e a bondade. Crente ,
confessava sua fé com aberta manifestação de culto, tendo dela o conceito de
uma milícia, como uma divisa a vestir perante o mundo, sem muda-la quando for
oportuno, ou por respeito humano. Catolico e sócio da juventude catolica universitária
da sua cidade aceitava os fáceis escarnios, dos sceticos, dos grosseiros, dos
mediócres, partecipando às cerimônias religiosas, fazendo cortejo ao baldaquim
do arcebispoem circunstâncias solenes.
Aquele jovem catolico era um homem de fé. (…)Entre o
odio, a soberba e o espírito de dominio este “cristão opera como cré, fala como pensa, e age como fala, este
“intransigente” da sua religião, è um modelo que pode ensinar algo a todos.”
Talvez Turati nem suspeitava que as palavras
conclusivas por ele usadas para descrever um leigo cristão (age como cré, fala
como sente…) são mais ou menos aquelas
que a Igreja usa quando consagra os seus ministros: e os leigos cristãos são
sacerdotes também pelo batismo.A santidade de Pier Jorge exprime um valor de continuidade
com a tradição da sua terra, mas tem também um valor de novidade. De um lado
ele tem herdado a mais pura tradição dos santos piemonteses: está enxertado no
imenso trabalho deles em defesa da fé, através da caridade efundida no campo da emarginação, criada pela nascente
industrialização.
Por outro lado ele tem indicado o novo: ou seja a
necessidade que a fé fizesse uma
confrontação com toda experiência humana e “ operasse com caridade” em todo
ámbito: nas universidades, no trabalho, na imprensa (Pier Jorge procurava
assinaturas não para o catidiano do Pai, mas para o catolico) no empenho
politico e em qualquer lugar onde precisasse defender a liberdade social,
procurando sempre conceber e incrementar o associonismo, como “amizade cristã”
destinada ao nascimento de um catolicismo social.
Enquanto se abria e se documentava a hera da
cristianização das massas, Pier Jorge
intuíu que precisava abrir o relacionamento Fé-Operas: este era
tradicionalmente aplicado ao campo caritativo-assistêncial-moral, e precisava
estende-lo a todas as obras do homem (da econômia ao esporte!), sem aceitar
limitações.
Dele fica esta maravilhosa confissão: Cada dia mais
compreendo a grande graça de ser catolicos. Viver sem fé, sem um patrimônio
para defender, lutar pela verdade não è viver e sim arrastar-se…Também no meio
das disilusões devemos lembrar que somente nós possuímos a verdade.
Neste tempo de triste decristianização , em um tempo
de nova evangelização temos necessidade de homens assim: leigos, isso è,
cristãos , ou seja, Santos!